"Todos têm de mostrar que se identificam integralmente com o poder de quem não cessam de receber pancadas. (...)
Todos podem ser como a sociedade todo-poderosa, todos podem se tornar felizes, desde que se entreguem de corpo e alma, desde que renunciem à pretensão de felicidade. Na fraqueza deles, a sociedade reconhece sua própria força e lhes confere uma parte dela. Seu desamparo qualifica-os como pessoas de confiança.
É assim que se elimina o trágico."


A indústria cultural através dos meios de comunicação, como no caso do cinema, faz com que os indivíduos percebam de forma ilusória a reprodução mecânica dos filmes refletida na vida real. É como se a vida dentro da tela se tornasse um prolongamento da vida real.






"Ao serem reproduzidas, as situações desesperadas que estão sempre a desgastar os espectadores em seu dia-a-dia tornam-se, não se sabe como, a promessa de que é possível continuar a viver."


A indústria cultural mostra a regressão do esclarecimento na ideologia, que encontra no cinema e no rádio sua expressão mais influente,a medida que eles não passam de um negócio rentável aos seus dirigentes.

O elemento trágico fornece à indústria cultural uma presumida profundidade. No âmbito da indústria cultural, o trágico se dissolve na falsa identidade da sociedade e do sujeito, de um modo que se refere novamente ao modo de operação mais típico daquela. Para Adorno e Horkheimer a liquidação do trágico confirma a eliminação do indivíduo, bem como ao desenvolvimento de um tipo de sadomasoquismo que se expressa até mesmo na programação infantil, possivelmente com o objetivo de que desde criança as pessoas se
habituem a apanhar dos mais fortes e, se for o caso, golpear os mais fracos.


Por: Gabriela Nunes.

terça-feira, 26 de outubro de 2010 Posted in | | 0 Comments »

One Responses to "A liquidação do trágico."

Write a comment